quinta-feira, 15 de maio de 2014
DISPARADA - 18
Montanha, vaca, vaqueiro,
Ruralíssima trindade
Do sul do Estado
Do Rio de Janeiro.
Neste mundo quase esquecido,
Onde tudo se perde e pouco se cria,
Considera-se louco varrido
O cidadão propenso a acrofobia.
Vaca e vaqueiro no cume do monte,
Desafiam e afrontam a gravidade.
Ele o faz, não por desejo seu;
Mas por ordem e "por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu".
Morreu ao despencar de enorme altura,
Sem amarras e sem capacete.
Rolou montanha abaixo, pra cacete,
Tal e qual fruta madura.
Diz o ditado que "a carne é fraca";
Porém, numa análise fria e dura,
Surge a verdade, humilhante:
O homem não vale a vaca no cume do monte
Talvez nem valha o monte no cume da vaca.
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