RECORTE DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA.
“Eu, que me
queixava de não ter sapatos, encontrei um mendigo que não tinha pés”. Por mais chinesa que possa ser, esta máxima exprime o caráter do brasileiro, capaz de saltitar de alegria por ver
alguém mais lascado que ele.
Era o ano de
1986. O presidente José Sarney herda um
país destroçado por inflação e por sucessivos governos militares. Uma prova de que, para comandar basta ter
subordinados; para governar é preciso ter competência.
Sarney
convoca um grupo de renomados economistas para tentar tirar o país da
crise. Instituem o Plano Cruzado. Preços são congelados, perdas salariais são
recompostas.
Com a melhora do poder aquisitivo, trabalhadores se igualam a ricos nas filas dos açougues. Frigoríficos cobram ágio para fornecer carne. Açougues repassam o ágio ao consumidor. Ricos, que detestam filas, pagam o ágio, sorridentes, e destroçam o Plano Cruzado.
O pobre volta a passar fome, o Brasil retorna ao lodo. Viva a elite brasileira!