A SANTA DA PILHA FRACA.
Fui à Aparecida do Norte, acompanhando um amigo.
Enquanto ele pagava suas promessas, zanzei pelos arredores da basílica. A “sala
dos milagres” pareceu-me um museu de cera para aleijados. Era pé de cera, mão de cera, orelha de
cera... Não lembro de ter visto pênis ou
vulva de cera.
Havia muitos quadros com narrativas de milagres. Em um deles, o cidadão agradecia à santa por
ser o único sobrevivente da capotagem do pau-de-arara. Pensei no porquê da santa que esteve no local
ter salvo apenas um dos acidentados e na desculpa que teria dado aos
candidatos a defuntos:
- Você apresentou seu pedido de socorro fora do
prazo.
- Seu cartão de salvamento está vencido.
- Vim salvar somente o meu fiel, aguarde seu santo
padroeiro.
Há outra possibilidade. Santos não são humanos; mas, com certeza,
também precisam de energia para executar suas tarefas. Pode ser que a santa tenha descido a
ribanceira e, quando subiu de volta com o primeiro acidentado, tenha acabado a
bateria.
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