quarta-feira, 29 de setembro de 2021

 

RECORTE DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA.

 

“Eu, que me queixava de não ter sapatos, encontrei um mendigo que não tinha pés”.  Por mais chinesa que possa ser, esta máxima exprime o caráter do brasileiro, capaz de saltitar de alegria por ver alguém mais lascado que ele.

 

Era o ano de 1986.  O presidente José Sarney herda um país destroçado por inflação e por sucessivos governos militares.  Uma prova de que, para comandar basta ter subordinados; para governar é preciso ter competência.

 

Sarney convoca um grupo de renomados economistas para tentar tirar o país da crise.  Instituem o Plano Cruzado.  Preços são congelados, perdas salariais são recompostas.

 

Com a melhora do poder aquisitivo, trabalhadores se igualam a ricos nas filas dos açougues.  Frigoríficos cobram ágio para fornecer carne.  Açougues repassam o ágio ao consumidor.  Ricos, que detestam filas, pagam o ágio, sorridentes, e destroçam o Plano Cruzado.

O pobre volta a passar fome, o Brasil retorna ao lodo.  Viva a elite brasileira!

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