quarta-feira, 29 de setembro de 2021

URUBU, O MAIOR DE TODOS.


Morei numa cidade onde os coletores de lixo têm o costume de distribuir santinhos, nas proximidades das festas natalinas.   É uma maneira de lembrar aos moradores que o gari está presente e quer presente.

Era quase madrugada do dia 25 de dezembro, quando o caminhão de lixo passou, buzinando, catando os presentes e os poucos sacos de lixo.  Os sacos de lixo eram poucos, porque era quase madrugada.


No horário de costume, passaram os garis que realmente coletavam o lixo da nossa rua.  Não havia mais presente.  Fiquei com o episódio na cabeça, maldizendo os garis desonestos.  Sentia-me como o Cézar, totalmente desapontado:  - Até tu, Brutos!


Dias depois fui convidada à assistir palestra sobre Qualidade.  O Instrutor, não sei porque, enveredou pelo ramo do social.  Falou que uma sociedade tanto precisava de medico quanto de gari e continuou destacando a importância dos coletores de lixo.  Eu, que ainda estava muito revoltado com garis, não resisti:

- Mais importante do que coletor de lixo, só urubu!

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