URUBU, O MAIOR DE TODOS.
Morei numa cidade onde os coletores de lixo têm o costume de distribuir santinhos, nas proximidades das festas natalinas. É uma maneira de lembrar aos moradores que o gari está presente e quer presente.
Era quase madrugada do dia 25 de dezembro, quando o caminhão de lixo passou, buzinando, catando os presentes e os poucos sacos de lixo. Os sacos de lixo eram poucos, porque era quase madrugada.
No horário de costume, passaram os garis que realmente coletavam o lixo da nossa rua. Não havia mais presente. Fiquei com o episódio na cabeça, maldizendo os garis desonestos. Sentia-me como o Cézar, totalmente desapontado: - Até tu, Brutos!
Dias depois fui convidada à assistir palestra sobre Qualidade. O Instrutor, não sei porque, enveredou pelo ramo do social. Falou que uma sociedade tanto precisava de medico quanto de gari e continuou destacando a importância dos coletores de lixo. Eu, que ainda estava muito revoltado com garis, não resisti:
- Mais importante do que coletor de lixo, só urubu!
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