segunda-feira, 11 de junho de 2012

CYNDERELLA (ATO FINAL)

OLHA A CABELEIRA DO ZEZÉ.   SERÁ QUE ELE É ?

O príncipe deu início a busca.  Fez espalhar folhetos no palácio e redondezas, convocando a dona do sapato para uma audiência; mas, como a fofoca comia solta naquele reino, no dia seguinte havia se formado uma fila quilométrica. "Vai que, de repente, o pisante serve ni mim e eu viro madama", diziam maloqueiras, mal intencionadas.
Só havia um jeito de acabar com a palhaçada: espalhar a notícia que, uma vez experimentasse o sapato, a moça seria guilhotinada, caso não fosse exatamente o seu número.  Num piscar de olhos não havia mais ninguém na fila.
O príncipe teve que aumentar o raio de ação, procurando em casa de mulher dama, na periferia, na zona rural, por onde pudesse haver uma moçoila.  E batalhou, batalhou, até que encontrou.
Cabe aqui um questionamento.  Por que o sapato de cristal só dava certo no pé de Cinderela? Provavelmente por não ser sapato de tamanho comum.  Também não era sapato muito pequeno, posto que poderia acomodar o pé de adolescentes ou de qualquer Tereza Batista que encolhesse, matreiramente, os artelhos.  Devia ser um sapato descomunal, para quem tinha pé igualmente descomunal.
Diziam ás más línguas que Cinderela era exímia surfista e que conseguia, até, surfar sem prancha e que só não andava sobre as águas para não escandalizar os cristãos.
O príncipe pagou pra ver.  Pagou e levou, levou e usou, usou e calou.
Tem gosto pra tudo.

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