A orientação da fada-madrinha foi muito clara: antes que o relógio desse doze badaladas, Cinderela já tinha que ter se mandado do castelo, a menos que quisesse pagar o maior mico.
Foi por isso que saiu numa correria de fazer inveja a Usain Bolt. E, ao descer as escadarias em louca disparada, tropeçou, rodopiou, cambalhotou, caiu, levantou e continuou a fuga, agora correndo e mancando, porque havia perdido um dos sapatos. E o sapato da Cinderela foi a única coisa que o príncipe conseguiu alcançar. Mas já era um consolo, uma pista que, nas mãos de um bom detetive...
Como a fada havia vaticinado, no primeiro minuto do dia seguinte a carruagem voltou a ser abóbora, os corcéis tornaram-se ratos, o cocheiro virou outra porcaria qualquer. Só o sapato, estranha e teimosamente, resolveu permanecer sapato - e de cristal - quando se esperava que virasse sandália havaiana.
Ao príncipe restaram o sapato e a esperança micheltelôana: Ah, se eu te pego!
Cinderela e o príncipe, brincando de pega-pega |
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